terça-feira, 30 de junho de 2009

Começa uma nova fase

Hoje foi o o primeiro dia depois de me ter separado daquela que foi, durante um ano, o amor da minha vida.

As pessoas sempre olharam para mim e me viram como um muro, um rapaz que controlava muito bem a sua dor. Muito positivo, sempre olharam para mim como um gajo divertido. Um gajo porreiro para se estar, com quem estar, em todas as alturas. Sobretudo nas más.
Agora é a minha vez.

Decidi, logo desde o primeiro instante, mesmo sabendo das dificuldades, que iria superar este mau momento. Olhar em frente e procurar, como tenho feito até aqui, uma vida melhor para mim e para os que me rodeiam. Cheguei a chorar um pouco mas depois disse "QUE SE FODA!"

Apesar de todas as fatalidades, acidentes e azares que já vivi, nã0 se apregoa tarefa fácil. Não faz mal. Se fosse fácil quereria dizer que tudo isto que senti durante todo este tempo era falso. Que não valia nada.

Devo - tenho que olhar em frente. Não vou renegar as memórias nem apagá-las. Decidi guarda-las. Para quê? Ainda não sei. Mas foi essa a minha decisão.

Decidi falar com um amigo e com o meu irmão. Expor-lhes a minha agonia. Ambos me disseram que era normal. Que tudo isto não passava de uma fase. Acredito neles.Disseram-me que falar faz bem.
Penso que falar faz bem. Partilhar, bem como dar o flanco para variar e expor-me só me ajudará. Acredito que, por exemplo, só o facto de escrever aqui, além de me treinar um bocadinho na escrita, ajudar-me-à a expurgar os pensamentos de infelicidade.
O meu irmão disse-me aquilo que um dia um bom amigo dele lhe tinha dito "Se não deu é porque não era para acontecer.". Quanta razão tem!

Não obstante, não me deixo de impressionar com, aquelas coisas que não dava importância. Aquelas pequenas memórias que já estavam apagadas. São essas a que mais me custa ultrapassar.
Impressionante também é olhar para pessoas muito peores do que eu que encaram a vida com um sorriso nos lábios. Acabei de ver uma reportagem na RTP - o 30 minutos. Nela apareciam desde doentes terminais, que não se conseguiam mexer nem falar, mas que, no entanto, sobriviviam, ao ponto de poder assistir ao casamento dos seus filhos. Tamanha alegria. Foi entrevistado também um tetraplégico, doença/lesão que me toca especialmente que dizia:"o meu objectivo é, através do meu optimismo, dar esperança aos outros. Mostrar que é possivel seguir em frente."
Vou fazer como eles. Aliás - já estou a fazer!!!

Ontem fui sair com uns amigos. Aliás, com um amigo e três raparigas. A conversa foi animada e durante todo o tempo não pensei nem uma única vez na Carmen. No final, qual cereja no topo do bolo, recebi um convite para ir ao cinema de uma delas(diga-se a que mais me suscita interesse). Aceitei.
Hoje fiz uma bicla a apertar. Objectivo 85% de esforço num percurso de 33 quilómetros só de subidas e descidas inclinadas (não fosse eu viver na Póvoa). Cheguei a casa quase sem água, nem na mochila, nem nas reservas do organismo. Mais um pouco e tinha começado a queimar musculo...
Entretanto falei com o meu amigo que teve a delicadeza de me telefonar para saber como eu estava. Fiquei contente, muito contente por ter este tipo de amizade. Nela me vou apoiar.

Começa uma nova fase.